quinta-feira, novembro 03, 2005

Continuação "Educação Sexual e Moral a martelo"
Grupos, mais ou menos organizados, que com uma delicadeza de elefante descontextualizam e distorcem conteúdos de um programa que pretende ser um auxílio aos educadores. Com semelhantes delicadezas, qualquer um conseguiria transformar uma Bíblia ou um Corão num qualquer “pasquim” de malvadez.Tem vindo a ser proferidas várias acusações contra as “Linhas Orientadoras – Educação Sexual em Meio Escolar” elaboradas pelo Ministério da Educação, Comissão de Coordenação da Promoção e Educação para a Saúde, Direcção Geral da Saúde, Associação para o Planeamento da Família (APF), Centro de Apoio Nacional e Rede Nacional de Escolas Promotoras da Saúde. Estas acusações só podem partir de pessoas que não conhecem, ou mais grave, não querem conhecer o conteúdo integral, pois tal é visível, graças ao próprio teor das acusações, que passo a enumerar e a refutar:Primeira acusação: A APF anda a “ensinar práticas masturbatórias às nossas crianças”. Uma acusação sem qualquer sentido, pois é inútil ensinar algo que não é passível de ser aprendido. Pois, a livre exploração do corpo como fonte de sensações é algo que é feito pelas próprias crianças desde muito cedo, logo não faz qualquer sentido ensinar uma criança a explorar o seu próprio corpo, seria como ensinar alguém a engolir saliva ou a urinar. Na realidade, o que é recomendado a educadores, professores, pais e outros técnicos que lidam de perto com crianças é que alertem a criança de que tal actividade tem um carácter intimo e que, por isso, não deverá ser feita em público, caso tal se verifique. Pois, a criança não “vem ao Mundo” com a consciência social formada, tal é conquistado através da relação com os outros e de forma gradual.