Quem disse, que a virgindade não está na moda?

Pois é, pensava que esta era uma moda exclusivamente “amaricana”, mas afinal, já chegou a Portugal. Quando é que teremos o merchandising correspondente (alianças, bonés, cachecóis, talões de desconto para uma pizzaria qualquer, etc...)

São as “juras de virgindade”. Coisas simples, senão, vejam:

Ingredientes:
Quantos mais adolescentes melhor
Alianças
Figuras clericais de autoridade
Seminaristas qb.

Modo de preparação:

Informar os adolescentes que a única maneira de se protegerem de uma gravidez indesejada e ISTs é absterem-se de terem relações sexuais.

O melhor agente de formação será sempre uma figura clerical, pois exala “moralidade” e “ética”. Os aprendizes (seminaristas) podem fazer formação inter pares.

Fornecer uma aliança como incentivo e como modo de se distinguirem dos restantes. Pois, quem usa a aliança vai para o céu, os outros ou outras devem ir para outros lados.

Não informá-los acerca do modo como essas ISTs se propagam nem sobre métodos contraceptivos, muito menos, como se utilizam preservativos (para quê? Eles e elas não vão precisar).

Esquecer que muitos vão pensar que podem ter outras formas de contacto sexual, sem perder o sagrado hímen (sexo oral e anal).

Para a coisa “pegar” o melhor será encontrar uma figura famosa que não se importe de dar a cara pela receita.

Resultados:

Estes adolescentes terão menores probabilidades de virem a utilizar contraceptivos quando se tornarem sexualmente activos (relações com penetração pénis-vagina) e não têm competência para “negociar” com os(as) seus(suas) parceiros(as) as relações sexuais, o que inclui a abstinência, a gravidez indesejada e ISTs.

Bearman, P. and Bruckner, H. “The Relationship Between Virginity Pledges in Adolescence and STD Acquisition in Young Adulthood. After the Promise: The Long-Term Consequences of Adolescent Virginity Plegdes,” Portions of the study were presented at the National STD Prevention Conference in Philadelphia, PA, March, 9, 2004, p.10

Kirby, D.(2001). Emerging Answers: Research Findings on Programs to Reduce Teen Pregancy (Summary). Washington, DC: National Campaign to Prevent Teen Pregnancy, p.10; Kirby, D. (2002) Do Abstinence-Only Programs Delay the Initiation of Sex Among Young People and Reduce Teen Pregnancy? Washington, DC: National Campaign to Prevent Teen Pregnancy, p.5