sexta-feira, novembro 04, 2005

Continuação "Educação Sexual e Moral a martelo"
Segunda acusação: a APF anda a incentivar os nosso filhos a terem relações sexuais. Os técnicos da APF não incentivam, ninguém a ter relações sexuais, nem formam professores ou técnicos para que tenham este tipo de discurso junto aos adolescentes tal como também não incentivamos ninguém a ter relações sexuais só depois do casamento ou dando indicações precisas acerca do momento “mais adequado” para iniciar qualquer tipo de relacionamento sexual. Incentivamos os jovens a tomarem as suas próprias decisões, mas de forma esclarecida e informada.Defendemos a facilitação do fornecimento de contracepção a qualquer pessoa em idade fértil, tal como está previsto na lei (art. 4 e 5 da portaria 52/85 de 26 de Janeiro) e defendemos a distribuição de preservativos nas escolas, logo que tal esteja enquadrado num projecto estruturado de educação sexual ou através de centros de atendimento / aconselhamento nas escolas e ao contrário do que possam pensar, a distribuição de preservativos nas escolas não é um elemento incentivador para que os jovens tenham relações sexuais e apresento, pelo menos, dois argumentos: as pessoas (adolescentes, jovens ou adultos) podem ter acesso à informação preventiva e acesso aos meios de prevenção, o que não implica necessariamente a utilização (o que é de lamentar), por isso, imaginem que cenário teremos, se as pessoas não tiverem nem informação nem meios. Um segundo argumento prende-se com diversos estudos que concluem acerca da inexistência de uma relação entre a disponibilização de preservativos em escolas e o aumento da actividade sexual dos alunos (Blake. S.M., 2003 entre outros). Por incrível que pareça, nunca encontrei um único estudo que concluísse o contrário.
Continua...
Artigo publicado no Jornal "A União" a 8 de Outubro de 2005

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

As acusações feitas à educação sexual e as alegações ridículas e absurdas desses pseudo-moralistas cuja única moral é desmoralizar, só demonstram uma coisa: essa gente pervertida e mentalmente desajustada com pensamentos realmente obscenos e obscuros acham mesmo que os outros são como eles, i.e., tarados. Eles acham mesmo que educação sexual é "pornografia" e que promover a protecção de IST's e de gravidezes não desejadas (ou seja prevenir o recurso ao aborto) é incentivar às relações sexuais. Querem mesmo saber como é que seria sem educação sexual? Acham mesmo que seria melhor, que ninguém teria relações sexuais, que não haveria doenças nem abortos? Então vejamos o exemplo da Serra Leoa. Um país sem qualquer programa de educação sexual e um dos países do mundo com a mais baixa utilização de métodos contraceptivos. Ora segundo a teoria dos pseudo-moralistas, este seria um país com uma baixa taxa de natalidade e fecundidade (porque as pessoas não são "incentivadas" a terem relações sexuais como acontece aqui em Portugal), sem doenças sexualmente transmissíveis, sem gravidezes indesejadas, sem aborto. Seria, segundo a teoria dos anti-escolha, um país imaculado, sem as impurezas e obscenidades fogueadas pela educação sexual. Vejamos a realidade da Serra Leoa vs Portugal: Taxa de fecundidade na SL é de 6,49, em Portugal é de 1,47. Prevalência do VIH/SIDA na SL é de 7%, em Portugal é de 0,7%. Nascimentos por 1000 mulheres dos 15-19 anos na SL é de 176, em Portugal é de 19. Tirem as vossas conclusões... Comparem qualquer país do mundo que não tenha programas de educação sexual com um que tenha e depois venham-me dizer que é a educação sexual que incentiva as pessoas a terem relações sexuais e que não promove a saúde. Uma mensagem para os pseudo-moralistas: deixem-se de regozijar imaginando coisas sórdidas, perversas e doentias nas vossas mentes e participem na promoção de uma saúde sexual e reprodutiva para todos e todas.

3:21 da tarde  

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