Continuação - Educação Sexual e "moralismo a martelo"
Sexta acusação: “ausência da família, o próprio envolvimento cultural e, mais grave, a possibilidade de qualquer pessoa dizer não”. Outra acusação sem nexo. Aliás, se consultarem o índice das “Linhas Orientadoras – Educação Sexual em Meio Escolar” facilmente encontram um capítulo que trata da importância da família e da ligação entre escola e pais em projectos em educação sexual em meio escolar. No mesmo documento e na própria orientação da APF, o envolvimento cultural nunca é esquecido, antes pelo contrário. A seguir, descrevo um exemplo que ilustra esta realidade: em diversas escolas do pais e durante o dia dos namorados, os alunos são encorajados a investigar acerca das relações amorosas, quer na actualidade, quer no passado, na sua região. Para tal, entrevistam outros jovens e os próprios pais e avós (as mentes mais distorcidas devem estar, neste momento, a indagar acerca das questões colocadas). Descansem, que ninguém incentiva ninguém a questionar sobre as posições e práticas sexuais coitais dos respectivos avós ou bisavós. O objectivo não é esse, mas antes, a focalização no contexto social das relações de namoro, noivado e casamento e ninguém é obrigado a revelar a sua intimidade. Ainda acerca desta actividade, as disciplinas de línguas estrangeiras também podem colaborar através da demonstração dessas mesmas vivências, mas em contextos culturais, sociais e históricos diferentes.
Continua... Artigo publicado no Jornal "A União" a 8 de Outubro de 2005
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