terça-feira, janeiro 17, 2006

Quando um preservativo é visto como uma arma.
Adolescentes colombianos poderão vir a ser obrigados a ter em sua posse preservativos como meio para fazer, literalmente, parar de crescer os números de gravidezes não desejadas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Pois é, o Sr. William Pena, um responsável local, mais precisamente, da cidade de Tulua, no México, propôs a obrigatoriedade de todos os adolescentes com 14 ou mais anos de idade terem em sua posse preservativos tal como é obrigatório a qualquer cidadão ter em sua posse o BI. Caso, não cumprissem tal obrigação (posse de preservativo) passariam a estar sujeitos a uma multa.
William Pena afirma que esta medida não força ninguém a ter relações sexuais, mas apenas, vem garantir a protecção pessoal contra uma gravidez indesejada ou uma IST.
Esta medida, embora original, parece ser um tanto ao quanto surrealista. Mas, mais surrealista é a resposta do padre local, o qual compara esta lei à venda de armas na rua.
Pois é, não sei, se as armas fazem muitas vitimas em Tulua. Mas, a verdade é que 14 pessoas morreram nesta cidade, no ano passado, infectados(as) com uma IST. Face a tal facto, penso que o padre o que queria dizer é que esta medida se equipara à venda de coletes à prova de bala nas ruas.
O padre Jesus Velazquez (que de Jesus deve ter muito pouco) afirma que esta medida, a ser tomada, é absurda e que a solução encontra-se na educação e o respeito pelos valores morais cristãos. Resta saber, que tipo de educação e que valores são estes que o Sr. padre que impingir? É sempre muito mais difícil deixar alguém construir o seu próprio quadro de valores morais, não é? Por outro lado, é sempre mais fácil vender valores morais “a retalho” aos pobrezinhos.

Fonte: BBC World, 12 de Janeiro de 2006
Sophie Peresson
European Advocacy Manager
Marie Stopes International
Rue Montoyer, 39
1000 Brussels.
http://www.mariestopes.org.uk

Aproveito a oportunidade para agradecer à Sra. Dona Dra. Alice Frade esta pérola (já deve estar vermelha de tanta dona e Dra.). Pois é, Alice, não consigo resistir à tentação do Dona, Dra., Sra.