quarta-feira, março 01, 2006

Mais um comunicado do MOVE - 2ª parte da "loucura"
O MOVE afirma, no seu comunicado, que “existem avaliações internacionais de acções semelhantes (gabinetes de apoio e fornecimento gratuito de preservativos), concluindo que a distribuição de preservativos não é eficiente na diminuição da gravidez adolescente e de DSTs”. Perante isto, pergunto:
-Que estudos são estes ? Até, já ouvi falar num. (Hartigan, John.D., 1997. The Disastrous Results of Condom Distribution Programs) Serão estudos realmente objectivos ? É, porque existem estudos que indicam exactamente o contrário e outros que mostram o desastre que são as políticas de exclusiva abstinência (Kirby, D.,2001. Emerging Answers: Research Findings on Programs to Reduce Teen Pregnancy. Washington, DC: National Campaing to Prevent Teen Pregnancy, p.10; Kirby, D. (2002). Do Abstinence – Only Programs Delay the Initiation to Sex Among Young People and Reduce Teen Pregnancy ?).
-Então o que será eficiente na diminuição da gravidez adolescente e DSTs ?

O MOVE reclama que os jovens não podem ser sujeitos a experiências sociais. E será que os jovens podem ser sujeitos a estratégias educativas orientadas politicamente ou religiosamente ?
Os membros do MOVE devem ter problemas de afirmação pessoal. Ninguém quer excluir os pais do processo educativo escolar. Mas também não queremos que os pais substituam o próprio processo educativo escolar. Sempre pensei, que o objectivo dos pais fosse fornecer recursos emocionais a@s filh@s para que estes se tornassem autónomos e por fim independentes. Mas que parentalidade “galinha”. Toda a gente sabe, ou fazem que não sabem, que o adolescente é adolescente porque já não conceptualiza os pais como a única e infalível fonte de informação e socialização, e que existem assuntos que os pais têm dificuldade em abordar com os filhos e vice – versa. Por aí, podemos compreender, um dos porquês da Educação Sexual na Escola e dos próprios gabinetes.
O MOVE não acredita na autonomia e na maturidade dos jovens. Vê nos jovens, indivíduos ainda dependentes cognitivamente e emocionalmente dos pais. Mas que comparação fazem: a tomada de decisões sobre a vida sexual e as faltas que os jovens podem dar na escola.
O MOVE depois de queimar o Doutor Daniel Sampaio na fogueira manda, a seguir o Dr. Albino Almeida da CONFAP, porque este não concorda com as cabecinhas “iluminadas” do MOVE e pede que o “Dr. Albino Almeida se dedique antes a ler mais, a estudar mais e a ouvir mais, de modo a resolver os problemas dos “órfãos de pais vivos” sem estragar os filhos de todos os outros pais”. Eu faria o seguinte apelo ao MOVE: leiam mais, de preferência estudos credíveis, os quais abundam, a estudar mais as metodologias e a operacionalização dos poucos estudos que utilizam para defender a sua causa e, por favor, não se considerem donos dos vossos filhos e dos filhos dos outros, para que um dia mais tarde não venham a ser tratados como objectos de posse pelos vosso filhos.