terça-feira, janeiro 30, 2007

Quando a Democracia não dá "jeito"

Para a Rádio Renascença é uma "pena" vivermos numa democracia. Decerto que o mesmo se aplicaria a certos e determinados jornais de diocese locais disfarçados de jornais "mais ou menos" públicos.
Assembleia de Movimentos pelo “Sim”


Católic@s também votam “Sim”



Pois é, há católicos, que ao contrário de D. Carlos Azevedo, podem ter dúvidas ou, mesmo, votar “Sim” no referendo do dia 11 sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.

Participam nesta iniciativa, @s seguintes intervenientes:

Alcilene Cavalcante (Representante das Católicas pelo Direito de Decidir)


Clarisse Canha e Paulo Mendes (Mandatária e apoiante do Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo “Sim”)
Maria Amélia Campos (Mandatária do Movimento “Voto Sim”)
Carlos Ribeiro (Apoiante do “Em Movimento pelo Sim”)
pareçam, nas instalações da UMAR em Angra do Heroísmo, no dia 2, às 20:30!


Sessão de Esclarecimento do dia 26 de Janeiro




A UMAR-Açores teve a iniciativa de organizar uma sessão de esclarecimento sobre as razões do “Sim” ao referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.
As pessoas que estiveram presentes tiveram a oportunidade de ouvir argumentos pelo “Sim” à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, questionar e debater argumentos, preocupações e dúvidas.
Estiveram presentes, os seguintes intervenientes:

Dra. Fernanda Mendes (Psiquiatra, sexóloga e apoiante do Movimento “Cidadania e Responsabilidade pelo Sim”).

Dra. Sara Sarroeira (Técnica de Educação e representante da UMAR).

e... eu, enquanto Coordenador Regional dos Açores da APF.

Aqui ficam algumas fotos






sexta-feira, janeiro 26, 2007

Informação Essencial à Vitória do Esclarecimento Público – Rectificação
No artigo de opinião da minha autoria, publicado no dia 26 de Janeiro de 2007, no jornal “Diário Insular”, fui induzido em erro, ao afirmar que foram entrevistados(as) homens e mulheres na sondagem encomendada pelo Movimento “Não Obrigada”. O erro deveu-se à omissão da descrição pormenorizada da amostra na ficha técnica da sondagem em causa, aquando da elaboração do artigo referido anteriormente.

A ficha técnica encontra-se, actualmente, corrigida e disponível em http://www.nao-obrigada.org/sondagens.php. Apesar, desta rectificação, mantenho as restantes críticas, as quais se centram na personalização e parcialidade das questões colocadas, as quais contribuem para o enviesamento dos objectivos propostos e das próprias conclusões.

Peço perdão a todos os leitores e aos representantes do Movimento “Não Obrigada” pela informação prestada e espero que todos os cidadãos e cidadãs continuem a colaborar activamente nesta campanha, independentemente do movimento de pertença ou orientação de voto.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Moral e Aborto Voluntário

Em primeiro lugar, confesso que não sou nenhum teórico ou entendido nos domínios da ética e da moral, mas reconheço que são componentes com as quais lidamos durante toda a vida e que, acima de tudo, não são propriedade exclusiva de uma determinada ideologia, fé, crença ou religião, ao contrário do que é propagandeado pelo senso comum e mesmo pelo péssimo exemplo prestado pelo nosso Estado, supostamente laico.


Esta prévia «chamada de atenção» serve de introdução às implicações morais do aborto voluntário, pois quando se debate a despenalização do aborto até às dez semanas, por opção da mulher, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado, facilmente os apoiantes do “não” apelam à sua superioridade moral como justificação para a sua orientação.


Para quem está em cima do «pedestal» da «boa moralidade» peço-vos que tenham em consideração que as mulheres que optaram, optam ou optarão por abortar voluntariamente são, na sua maioria, as mesmas que cuidam dos(as) filhos(as) que optaram ou optarão ter. Porque os desejaram ou os desejarão «trazer ao Mundo» nas melhores circunstâncias. Enfim, sabiam que a grande maioria das mulheres indicam, em média, três razões para terem abortado voluntariamente?

Do alto do vosso «pedestal» considerem que, as mulheres, apesar de necessitarem e procurarem ajuda e apoio, por parte da família, amigos, médicos, advogados e padres, há que reconhecer que são elas o agente moral primário em decisões de gravidez e nascimento.


Eminências da boa moralidade assumam que é tão grave a tragédia natalista da Roménia comunista de Ceausescu como as actuais exigências do Supra Supremo e Absoluto Chefe de Estado do Vaticano. Pois tanto no primeiro caso como no segundo, imperou ou impera a exigência da proibição de qualquer tipo de aborto voluntário, sem olhar a circunstâncias, quando também condenavam ou condenam o uso de qualquer contraceptivo artificial (pílula, preservativo, etc...). Convém relembrar a realidade chinesa de aborto obrigatório, a qual é muito utilizada, de forma distorcida e enganadora, como argumento inspirado nas vossas alusões supra moralistas.


Para finalizar, deixo-vos duas questões pertinentes para a vossa reflexão supra suprema:


Não acham imoral, que oito mulheres morram por hora em resultado de um aborto inseguro?


Não acham imoral, que as mulheres sejam apontadas como criminosas, quando tomam a difícil decisão de abortar?

-Quem quer, ter a gentileza de atirar a primeira pedra?

segunda-feira, janeiro 15, 2007

De Boas Intenções está o ??? cheio!

domingo, janeiro 14, 2007

Mulheres e Vaticano. Sinais de uma propaganda.

A mãe e o pai da Irmã Lúcia queriam ter 7 filhos? Ou não conheciam métodos contraceptivos?

Mais um Record Português para o Guiness

"A força do número é importante..." Pois é, mesmo em questões de fé, o que conta é sempre a quantidade. Até, parece a última campanha de angariação de sócios do Benfica.

"1.034.920 (Um milhão, trinta e quatro mil e novecentos e vinte terços)!" Estou mesmo a imaginar, filas e filas de beatas a rezar "à pressão" e carregando no terçometro cada vez que terminam um terço. É a quantidade de terços que conta para a salvar a nossa nação do pecado do aborto.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

A Solução Ideal
Em Busca das Armas de Destruição Maciça

Qualquer dia, temos o Sr. Doutor Papa, do alto do seu púlpito, na Praça de S. Pedro apelando:

"-Wanted. Dead or Alive!"

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Aborto Voluntário e Saúde Pública
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos 80.000 mulheres morrem por ano em consequência de complicações originadas pela prática de abortos clandestinos[i]. Aliás, a prática de aborto inseguro é uma das principais causas, a nível mundial, de morte materna (13%)[ii]. Mas, até neste contexto, as desigualdades sociais mantém-se, pois são as mulheres mais pobres que mais sofrem as consequências, por não terem condições financeiras para pagar um aborto mais seguro, mesmo que ilegal.

As consequências psicológicas são também muito mais danosas, quando o aborto é ilegal, deixando a mulher isolada e com receio de partilhar as suas preocupações com alguém, numa situação de tomada de decisão que é sempre difícil, havendo sempre o medo de vir a ser denunciada ou apontada socialmente, o que levará a uma maior propensão para o desenvolvimento de sentimentos de culpa. Por isso, as consequências psicológicas de um aborto ilegal são muito mais marcantes e crónicas. No entanto, não existem estudos que demonstrem qualquer correlação entre a prática de aborto legal e seguro com qualquer tipo de psicopatologia.

Considerando as única opções legais e sempre válidas, de dar o filho(a) para adopção ou de prosseguir uma gravidez indesejada. Qual seria o meu grau de liberdade para poder especular acerca de uma hipotética correlação entre enfrentar uma gravidez e os hipotéticos sentimentos ambivalentes da mãe biológica quando separada do filho(a) que é entregue para adopção e o desenvolvimento de distúrbio psicológico? Ou quais seriam as consequências psicológicas (individuais) e sociais de criar um filho(a) sem ter qualquer tipo de suporte familiar ou económico? Quem decide? Quem opta? A mãe? O Estado? Todos nós? Quem quer julgar uma mulher por ter tomado uma decisão, que é sempre difícil.

Uma das maiores ilusões criadas pelos Movimentos Anti - Escolha prende-se com a assunção da facilidade de opção por parte das mulheres. Tentam nos vender a ideia da mulher, que facilmente optará pelo aborto voluntário, quando este for disponibilizado de forma legal e segura durante as primeiras semanas.

E tu, acreditas em quem acredita em ti ou em quem parte do princípio que farás abortos a «torto e a direito»?

[i] World Health Organization, Unsafe Abortion: Global and regional estimates of incidence and mortality due to unsafe abortion, WHO/RHT/MSM/97. 16 (Geneva: WHO, 1998)
[ii] World Health Organization, Abortion: A Tabulation of Available Data on the Frequency and Mortality of Unsafe Abortion, 2nd ed., WHO/FHE/MSM/93. 12 (Geneva: WHO, 1994), p.8

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Eu sei o que tu fizeste…

Pois é, contra esta omnipresença de pseudo julgamento moral não há nada a fazer.

Informação essencial à vitória do Esclarecimento Público
(3ª Parte)
Quando não nos “atiram à cara” estas «teorias conspirativas», chegam ao cúmulo de se insultarem, involuntariamente, e a nos insultarem da forma mais reles, ao acusarem mulheres e homens de só pensarem no seu próprio prazer quando têm relações sexuais. Mas, não é, ainda perceptível, para estas “autoridades” na boa moral e costumes, que os Seres Humanos têm relações sexuais, na maior parte das vezes, para terem e para proporcionarem prazer! E, que embora se utilizem métodos contraceptivos (naturais ou artificiais) é sempre possível haver uma falha tal como aconteceu a 21% das mulheres que constituíram a amostra do estudo em causa, e que afirmaram já terem abortado, pelo menos uma vez ao longo da sua vida.

Considero que a grande maioria dos argumentos “defensores” do “não” são insultuosos, pois partem do princípio, que todos somos intrinsecamente “maldosos” ou providos de “má-fé”, chegando ao detalhe de imaginarem cenários, em que mulheres se alinham em longas filas à porta dos hospitais para abortarem a “torto e a direito” como se sentissem algum tipo de prazer. Isto, quando não deturpam o que será feito nos hospitais em caso de aprovação da lei proposta, ao darem a “entender” que os abortos serão feitos “em massa” e à “papo-seco”. No entanto, os próprios resultados da sondagem encomendada pela Plataforma “Não Obrigada” são úteis para percebemos que este “desvario” total das mulheres não passa de um exercício da mais alta perversão. Senão, não teriam chegado à conclusão que, provavelmente 23,7% das mulheres é que poderiam considerar[i] abortar quando confrontadas com uma gravidez indesejada.

[i] Não tem em conta o enviesamento criado pelo encadeamento das questões, nem com a percentagem de homens, que é desconhecida, participantes da sondagem.
Suas Eminências falaram...

E nós escutamos e obedecemos. Porque para palavra de vigário não há argumentos.

Eu sei o que vai acontecer a 11 de Fevereiro: vários padres vão fazer propaganda pelo “não” nas homilias, mesmo sabendo que não o podem fazer. Ser padre, em Portugal e em outros países latinos, é estar acima da lei tal como o Pinto da Costa (Fado, Futebol e Fátima, o que mais poderemos querer?)

O Marketing Anti-Escolha

Falta a quarta opção: Quero receber um guarda-chuva com biqueira especial “beata” para poder dar umas abordoadas, à saída do tribunal, naquelas desavergonhadas que abortaram e tiveram o descaramento de serem apanhadas.

O Postal

Não é nenhum postal de Natal atrasado. É só o panfleto do post anterior, o qual te poderá ser enviado por correio.

O Terceiro Segredo de Fátima

Pensava que os tempos do “Fado, Futebol e Fátima” já haviam terminado, mas afinal... quando o desespero é proporcional ao dinheiro e aos recursos, é então que surgem estas “abnormalities”.

“Em Portugal conservar-se-à sempre dogma da Fé”: O paradigma do laicismo!

terça-feira, janeiro 09, 2007

Informação essencial à vitória do Esclarecimento Público
(Parte II)

Das 2000 mulheres entrevistadas, cerca de 14,5% realizaram, pelo menos, um aborto ao longo da sua vida, o que extrapolando para o universo da população portuguesa, nos permite inferir que entre 346 000 e 363 000 mulheres já realizaram, pelo menos um aborto ao longo da vida (as prisões que teríamos de construir para albergar estas criminosas!). Aliás, no último ano, estima-se que, em Portugal, foram realizados, entre 17 260 a 18 000 abortos.


Outra conclusão retirada prende-se com a idade das mulheres que abortam (sim, as tais criminosas): têm entre os 17 e os 20 anos e entre os 25 e os 34 anos.


Bem, mas não pensem que estas mulheres realizam abortos por “desporto” tal como muitos defensores do “não” pregam aos “sete ventos” na eventualidade da proposta de alteração da lei, presente a referendo, vir a ser aprovada. Pois, além deste estudo concluir que a grande maioria destas mulheres realizaram um único aborto ao longo da sua vida, também tornou possível concluir que 72,7% destas mulheres fizeram-no até às 10 semanas e que 75,7% considerou a decisão “muitíssimo difícil” e “foi muito difícil”.


Será que estes resultados confirmam os receios e as «teorias conspirativas» dos defensores do “não” no próximo referendo? Preocupam-se imenso com os gastos a serem suportados pelos Sistema Nacional de Saúde (SNS) com os abortos. No entanto, não referem os gastos que o actual SNS despende ao tratar as mulheres que recorrem ao aborto ilegal e inseguro (provavelmente, por não terem dinheiro para se deslocarem a Espanha). O despropósito deste argumento está bem patente neste estudo, em que um terço das inqueridas declararam ter recorrido ao SNS para completar um aborto ilegal.


As «teorias conspirativas» são de tal magnitude que chegam a afirmar que a nova lei, se for aprovada, constituirá um contributo para a diminuição da taxa de natalidade, quando todos sabemos que as pessoas, só não engravidam, voluntariamente, por falta de condições financeiras, algo que surge nas conclusões deste estudo, quando observamos que as mulheres que já realizaram, pelo menos um aborto, declararam que o fizeram, por se considerarem muito jovens (17,8%) ou por não possuírem as condições económicas necessárias (14,1%). Por isso, é mais do que evidente que o problema da baixa natalidade é, essencialmente, económico e assim sendo, acaba por estar na origem de problemas sociais. Na prática e sendo frio, expliquem-me como é que alguém sustenta uma família quando aufere um único salário mínimo? Sim, porque para muitos defensores do “não”, o lugar da mulher é em casa a cuidar da prole!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Facilidades dos Movimentos pelo "Não"

"Mais de 120 mil assinaturas" pelo "não". Grande noticia. Que inveja!!! Quem me dera que a nossa campanha tivesse o seu próprio jornal. Lá, teremos de nos contentar com a blogolândia que é para todos.

domingo, janeiro 07, 2007

Informação essencial à vitória do Esclarecimento Público
(1ª Parte)
A Associação para o Planeamento da Família (APF) realizou um estudo com os objectivos de conhecer as práticas de aborto em Portugal, a utilização dos métodos contraceptivos, as práticas de saúde e as posições face ao aborto e ao referendo.
Convém salientar que neste estudo foram questionadas 2000 mulheres, de todas a regiões do país (incluindo Açores e Madeira), com idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos, o que só por si, distingue, de forma considerável o carácter objectivo deste estudo quando comparado com outro, encomendado pela Plataforma “Não Obrigada” ao Centro de Sondagens da Universidade Católica Portuguesa, estudo esse que inclui na sua amostra homens, que em princípio, aparentemente, engravidam (ver ficha técnica da sondagem).
No estudo apresentado pela Plataforma “Não Obrigada”, o encadeamento das questões direcciona as próprias respostas. Quando confrontados(as) com tal enviesamento, muitos(as) alegam a impossibilidade de colocação de questões neutrais em questionários ou entrevistas (quando não se consegue algo, o mais fácil é afirmar a impossibilidade para tal). Até posso concordar com tal impossibilidade, mas ao menos, tentem colocar questões da forma menos “tendenciosa” possível. Além disso, nas poucas questões colocadas não referem prazos para o hipotético aborto, nem de possíveis perseguições penais às mulheres que decidam abortar, nem questionam acerca do que deverá ser feito às mulheres que escolham abortar. Em suma, continuam a confundir uma decisão individual com a possibilidade de criar uma lei que torne possível a escolha para todos.
Em Portugal a realidade do aborto era, até agora, objecto de especulação, pois os números apresentados não passavam de extrapolações da realidade espanhola, revelando a importância e o carácter pioneiro do estudo encomendado pela APF à Consulmark.
As conclusões retiradas deste estudo foram significativas e, por si só, ajudam-nos a ter uma ideia da total hipocrisia vivida neste país, senão vejamos alguns números (eu detesto números mas, por vezes, são necessários).

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Estão cheios de Força!

O Movimento “Açores pela Vida” já iniciou a sua campanha, no âmbito do próximo referendo sobre a despenalização do aborto. Este movimento é filiado na Plataforma “Não Obrigada” e a sua apresentação teve honras de primeira página de jornal (ironias, à parte, tem todo o direito de ser divulgado).

Confesso, que não estive presente na conferência de imprensa, mas li a noticia resultante nos dois jornais locais diários. Todavia, as declarações feitas suscitam-me algumas questões:

1º Para o Movimento “Açores pela Vida”, o que é “disponibilizar informação de uma forma não autoritária? Será que é através de leigos católicos oficiais (os leigos que, porventura, tenham outra opinião não são católicos, pelo menos, de forma oficial), padres, bispos, arcebispos, cardeais e Srs. Doutores Papas?

2º “A maioria das pessoas está muito mal informada sobre o referendo do aborto.” Será mesmo, ou não estarão informadas da forma mais conveniente para a hierarquia de um determinado Estado do tamanho de um cerrado? Ou será, que a melhor informação é aquele que mistura opiniões e decisões pessoais com a possibilidade de escolha por parte de todas as mulheres?

3º “O Estado deve orientar a sua acção para a defesa de nascimentos das crianças e de apoio às mães”. Mas, afinal, a aprovação em referendo de uma lei que descriminaliza o aborto exclui o Estado na sua acção para a defesa de nascimentos das crianças e de apoio às mães? É este o esclarecimento que o Movimento “Açores pela Vida” nos quer dar? Penso, que estamos muito “mal servidos”.

4º “O dinheiro dos contribuintes deve ser dirigido para a defesa de todas as pessoas, não podendo o Estado tapar o sol com a peneira, limpando a consciência com a morte de crianças que julga predispostas a causar problemas” (Afirmação Pública de Autoridade Supra Suprema com passagem marcada para o Iraque). Então, e o Estado deve continuar a tapar o Sol com a peneira em relação à prática de aborto ilegal em Portugal? Ah... já me esquecia, uma outra Autoridade Supra Suprema teve a gentileza de nos esclarecer “até à data, que se saiba, ainda não houve uma única mulher que tenha cumprido uma pena de prisão por ter praticado um aborto, tenha sido este clandestino ou não”. Tudo vai bem, quando enfiamos a cabeça pela terra abaixo! Qual avestruz!

5º “o argumento de que se deve despenalizar o aborto até às 10 semanas para que se façam cada vez menos abortos clandestinos, e assim se diminuam as complicações clínicas originadas pelos mesmos, não deveria ser suficiente para se levar a referendo uma questão tão delicada como esta” (Afirmação pública de um membro do Conselho de Autoridades Supra Supremas da Moral e Bons Costumes). Tem toda a razão. Aliás, tal questão deveria ter sido colocada na Assembleia da República, ou melhor ainda, deveria ser assunto tratado entre a mulher e o(a) seu médico(a).

6º “Em 2004, houve 1426 internamentos por abortos clandestinos e nenhum resultou na morte da mulher, o que significa que as consequências clínicas gravíssimas acabaram por ser todas contrariadas” Pois é, abortar ilegalmente em clínicas de “esquina” é, afinal, muito seguro, ou será necessário morrer alguém comprovadamente resultante de um aborto clandestino, para que passe a existir um verdadeiro problema. Isto para não referir os internamentos que não são comunicados como sendo em consequência de abortos clandestinos.

7º “toda a lógica deve ser promover uma sexualidade responsável” Pois, até concordo, logo que essa sexualidade responsável não seja da responsabilidade da padrelhada e bispalhada tal como um Director de um Boletim de Paróquia sugeriu em tempos. Será que a moral e a ética só existe na sacristia?

8º “meios anticoncepcionais hoje em dia existentes, com o profundo conhecimento da biologia reprodutiva da mulher e com a generalização do tão desejado planeamento familiar, não se justifica que ainda se tenha de recorrer ao aborto”. Olha só, outra vez com a mesma conversa. Dizem-nos isto, sempre, em vésperas de referendos sobre o aborto (também aconteceu em 1998), para logo depois, nos virem dizer que os únicos meios anticoncepcionais dignos são aqueles que são permitidos pelo Estado do tamanho de um cerrado.

Caros cidadãos, apesar de discordar convosco, sejam bem-vindos à campanha e dou-vos os parabéns por esta iniciativa e demonstração de cidadania.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Movimento “Cidadania e Responsabilidade pelo Sim”

Temos, por cá (Açores), uma representação deste movimento. É sempre bom termos uma representação regional como esta, nem que seja, para não nos sentirmos ostracizados, isolados e apontados como “abortófilos” por altas individualidades açorianas defensoras da boa moral e costumes. Ainda, não temos um boletim noticioso, mas há que começar por algum lado e nada melhor do que pela blogolândia.

Os atalhos para os referidos blogs:

O site Nacional do Movimento

O site Regional

O que fazer com a imprensa terceirense?

Parece um exemplo de neutralidade jornalística. Não é?
Ah… além do artigo de capa, era, ainda, possível ler dois ou três artigos pelo “não”. Mas, tal não se fica por esta edição. Em quase todas a edições somos presenteados com inúmeros artigos sobre aborto, mas por uma, quase sagrada, coincidência são todos pelo “não”.
Ah… já sei! Pois é, quase que me esquecia, este é o boletim da diocese que facilmente se confunde com um jornal local de referência. Por cá, temos dois jornais de referência, que se assemelham um pouco aos dois partidos existentes nos “estates”.